quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Os Caminhos do Amor (adaptação do clássico Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco)

Os caminhos do Amor
O barco fez-se, então, ao seu destino.
Nesse momento, Teresa sentiu uma dor imensa dentro de si, tudo vacilou à sua volta. Sem forças, caiu no chão inanimada. Tentou abrir os olhos, mas sentiu-os pesados. Flutuava… ao fundo uma luz resplandecente e tranquilizadora chamava por ela.
  Rasgando a claridade, uma silhueta esvoaçante aproximou-se.
- Quem está aí? O que quer de mim? Onde estou? -  perguntou Teresa.
Uma voz quente e carinhosa chegou até si:
- Teresa… Eu sou aquele que te vem salvar… Sou o Deus do Amor.
- Para onde me leva? Eu perdi o meu amor… - suspirou com tristeza.
- Shiu… Eu sei tudo! Estou aqui para te ajudar. O amor vence tudo e todos. Olha, quando acordares vais estar na mesma cama, as lágrimas ainda vão correr no teu rosto, mas dentro de ti algo vai mudar…
- Deus, ajuda-me!
- Vou contar-te um segredo e sempre que estiveres para desistir, repete-o duas vezes. O segredo é este: Nunca vou desistir porque sou uma vencedora!
Mal o Deus do Amor acabou de falar, Teresa acordou. Sentia-se bem; a dor no peito desaparecera e a vontade de morrer também. Queria viver, amar…
- Teresa!! Acordaste! Graças a Deus! Oh minha filha, nem imaginas o quanto sofri por ver-te assim.
- Mãe?! Deixa-me levantar. Preciso encontrar a felicidade.
- É melhor não, filha. Ainda estás muito frágil.
  Teresa nem ouviu a resposta da mãe e saiu cambaleando mas, inesperadamente, cheia de energia. Decidiu correr até ao porto de onde partira o barco que levara para longe o seu Simão. Perguntou a um velho qual era o destino do último barco que tinha partido. Ouviu a palavra Índia soar como uma sentença de separação para sempre.                Sentiu um grande desalento, mas lembrou-se das palavras do Deus do Amor e de novo se encheu de coragem. Apanhou um avião e aterrou em Goa. Depois, um táxi voando pelas estradas poeirentas e esburacadas deixou-a no porto. Procurou com o olhar, ansiosamente, por entre a multidão vibrante de cores e sons, o seu amor.
- Teresa!? Teresa, és tu? Não posso acreditar!
  Teresa correu para os braços de Simão e as lágrimas de ambos uniram-se.
- Como vieste cá parar? Como conseguiste sobreviver?
- Depois conto-te. Vamos para casa!
- Mas… os teus pais? Os meus pais…?
- Não tenhas medo. Tudo vai ser diferente.
      Entraram, abraçados, no barco que os levaria para casa.
      Depois de uma viagem longa e complicada em que tiveram oportunidade de conversar sobre tudo que lhes tinha acontecido, chegaram finalmente.
      Os pais de Teresa já tinham comunicado o seu desaparecimento à polícia. Procuravam - na por todo o lado. Trémulos de emoção correram a abraçá-la. Simão também foi bem recebido.
      O amor vencera a morte, o preconceito… 
      O Deus do Amor retirou-se, satisfeito, para o seu palácio feito de nuvens brancas e fofas. Unir corações era cansativo!!


                                          Catarina Resende, 6º E

Sem comentários:

Enviar um comentário