Voando pelo ar, íam os dois, Wendy e Peter, aconchegados nos cobertores felpudos e quentinhos, embaldos pelas histórias que Wendy ensinara aos meninos. Até que Peter sentiu um aperto no coração e uma palavra muito forte saltou-lhe da boca em direção a Wendy:
- AMO-TE!!!
Os meninos calaram-se e Wendy levantou-se assustada. As estrelas esconderam-se junto da lua que quando ouviu tal coisa escondeu o seu espetacular luar.
Peter colocou a mão na boca e muito envergonhado disse a Wendy:
- Desculpa, não sei o que se passou, saíu-me da boca sem mais nem menos.
Wendy sentiu que o seu coração palpitava muito rápido e que da sua boca a única palavra que apetecia sair era «Amo-te». E quando ía finalmente dizer algo a Peter, um brilho estendeu-se no ar. As estrelas dançavam ao som da música tão suave que tocava para eles.
Peter ficou a olhar para tal espetáculo e Wendy sentiu e breve emporrãozinho que a fez cair sobre os braços de Peter.
Quando o tão esperado momento ía finalmente acontecer, um maldito morcego emporrou Wendy, e esta caíu sobre os barços de um preto e horrível homem, chamado Jagunso, que se dirigiu a uma caverna escura e assustadora, rindo às gargalhadas.
Na entarda o homem pousou Wendy e nesse mesmo momento acenderam-se toxas situadas nas paredes da caverna. Wendy ouviu uma voz muito aguda que dizia:
- Hoje é o teu dia de sorte. Já é a segunda. Trata bem delas mas faz delas minhas escravas.
E o Jagunso:
- Sim minha sereia negra.
Wendy foi caminhando emporrada por Jagunso, que a conduziu até uma rapariga vestida de negro, com uns tacões altíssimos e um aspeto bastante rebelde. Sentada num cadeirão alto e espaçoso, de cor vermelha e em cima, um grande cobertor sarapintado de sangue bem encarnado. A rapariga chamada Stella fez um sinal para Wendy, para que se dirigi-se a uma porta vigiada por um homem rubosto que a abriu e fazendo sinal puxou Wendy e emporrou-a lá para dentro. Wendy olhou à sua volta e só viu raparigas com roupas estragadas a trabalhar com as lágrimas a cair pela cara a baixo.
Ela dirigiu-se a uma e perguntou-lhe:
- Porque é que todas vocês estão neste estado, chorando e mal vestidas?
Essa rapariga respondeu muito triste:
- Estamos aqui à muito tempo e somos mal tratadas. À noite dormimos no chão e de dia trabalhamos sem parar, nem para comer, comemos enquanto trabalhamos.
Wendy nem respondeu. Dirigiu-se a um canto, sentou-se e pensou em Peter e na sua mãe. As lágrimas cairam-lhe pela cara a baixo e de repente viu a rapariga com quem tinha falado a dirigir-se a ela. A rapariga exclamou:
- Esqueci-me de te dizer mas a coisa que a Stella detesta de todo, neste mundo é da felicidade.
E nesse mesmo instante Wendy levantou-se e afirmou para todas:
- Ouçam todas! Se a coisa que nesta caverna não pode haver é a felicidade, então é isso mesmo que vai existir.
Todas olharam umas para as outras muito admiradas e Wendy explicou melhor:
- Vamos ter de andar felizes e a rir às gargalhadas.
E assim foi, todos os dias as raparigas andavam felizes e todos os dias os membros da caverna a favor da Stella se sentiam mal. Até que certo dia Peter Pan ouviu um grito e muito sorrateiro decidiu ir ver o que se estava a passar. Quando chegou à caverna ouviu a voz de Wendy. Peter deu um salto de alegria e quando avançou em frente, reparou que todos os membros da caverna estavam estendidos no chão. Foi a correr para Wendy e soltou todas as raparigas que estavam presas naquela maldita caverna.
Peter ganhou coragem e beijou Wendy e Wendy gostou tanto da coragem de Peter que ficou com ele para sempre.
Sara Sousa, nº20,6ºG
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